terça-feira, 31 de maio de 2011

Que venham os riscos.

Ando de mal com a  minha teimosia. Não sou de acordo com o que as vezes sou obrigado a fazer por ela. Sempre me testando. Usando. 
Sempre fui teimoso. Mas um teimoso que controlava sua teimosia. Sabia o que fazer. Dominava-a como a mim mesmo. Sabia dos seus limites. Mas não cuidei do bom senso. Esqueci. Ignorei. Encontrei desculpas para deixá-lo dormindo. Não queria consultá-lo. Sabia dos seus conselhos. Ao contrario do que devia ter feito, dei as costas. Cansado de ser correto. Talvez em busca de emoção. Dos riscos. Da necessidade de viver de verdade. De arriscar sem a garantia da certeza. A veia pede por emoções. A carne anseia por ousadia. O limite exige ser superado. Assim estão sendo os dias. Desiguais. E alegres por isso. Estou vendo cores. Cores dentro de cores e, assim sendo, mais cores. As incertezas assustam, mas revelam um brilho. Quem disse que a dúvida as vezes não pode ser estimulante? Vou correndo os riscos que a minha teimosia impõe. Andando sem a certeza da chegada e no percurso encontrando vivências. Sabendo de mim. Encontrando-me nas incertezas. 
Devo mesmo reclamar por ser teimoso? Penso em aceitar tal característica. Vestir-me dela. Saber usá-la. Utilizá-la da melhor forma. Não deixando o bom senso em estado de sono. 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Identidade(s)

Você realmente se conhece? O que vê quando olha no espelho? Quantas identidades podem ser encontradas em você? Quantas pessoas nós somos? Por que as vezes é tão difícil encarar o que de mais íntimo se esconde em nós? Em alguma passagem da minha vida li que o homem é aquilo que faz quando pensa que ninguém está olhando. Que somos muito mais aquilo que fazemos em segredo, por confiar bem mais em nós mesmos do que em qualquer outra pessoa. A dubiedade é usada como máscara. O medo de enfrentar a nós mesmos e o que realmente somos nos intimida. Somos naturalmente dúbios. Somos naturalmente vários. E ao mesmo tempo somos ou temos que ser um só.
Reconhecer isso ajuda a não termos medo das nossas inconstâncias. As vezes não nos reconhecemos em algumas ações porque teimamos em não acreditar que esses seres estranhos (que somos nós mesmos) estão dentro de nós. Pulsando. Dizendo que são partes de um todo. Um todo que pode ser maravilhoso. Radiante. Por isso, sorria quando a espontaneidade permitir. Deixe escorrer uma lágrima quando seus olhos nublarem. Aconselhe, quando servir de exemplo. Irrite-se, quando a situação pedir. Abrace, se isso alegrar seu espírito. Mas só ame quando você realmente se sentir INTEIRO, pois  ninguém consegue amar pela metade. 





segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sem escolhas...

Normalmente ouvimos dizer que a vida é feita de escolhas. Que são as escolhas que nos definem como pessoas. São elas que contribuem para determinar o que somos e o que seremos. Não posso negar que as escolhas que fazemos exercem um papel determinante na vida de todo mundo, mas também não posso deixar de acreditar que existem fatores que estão além das nossas decisões. Seria realmente prudente atribuir tanta responsabilidade às escolhas que fazemos? Seriam elas as engrenagens primordiais que condicionam o nosso presente e determinam o nosso futuro?
Não posso conceber a vida e tudo que se relaciona a ela como algo tão simples cujo o sucesso ou o fracasso possam ser atribuídos apenas a uma coisa. Simples ou complexa é apenas uma coisa. A vida por si só já imprime a sua complexidade e seria por demais simples condicioná-la apenas às escolhas que fazemos. O mundo gira e essa característica traz consigo forças que nem sempre estão sob o nosso controle. Nem sempre podemos controlar determinadas situações. Determinados problemas. Se pudéssemos escolher, nem os teríamos. Passaríamos longe deles. 
Mas é aí onde esta a magia da vida. A falta de controle sobre determinadas situações nos amadurecem. Nos ajudam a crescer. A criar situações que nos ajudam a chegar a superação. Superar. Essa é a palavra. Sabemos das inconstâncias da vida e a superação deve ser sua fiel aliada. Amiga inseparável e incondicional.  
Não podemos desistir com as consequências da primeira escolha errada. Devemos e podemos superar os contratempos e seguir a passos firmes. E estar sempre pronto para novas escolhas e novos desafios. Não esquecendo nunca do fator surpresa que a vida está sempre nos oferecendo.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Apenas Palavras...

Aqui estou . Tentando entender o que me levou a voltar a escrever e dessa vez com a pretensão de não limitar meus textos somente a mim. Talvez porque deva ter algo a dizer e não queira deixar que se percam nos baús da memória. Esquecidos. Empoeirados. Jogados ao canto. Pode parecer estranho, mas acontece que desde criança, eu sinto as palavras. Palpáveis. Calorosas como um abraço. Elas não me deixam, mesmo quando não as quero. Elas pedem  para que eu não me afaste. Que carregue-as comigo, como um irmão pequeno que precisa de colo. São egoístas, pois me consomem. Mas também são aliadas, ao passo que me defendem. Sem elas não seria muita coisa. Tenho que admitir isso. 
Idolatro o poder das palavras. Da fortaleza que elas imprimem numa calorosa discussão. Do afago que elas exercem ao amigo querido. Do apoio necessário que elas transmitem. As palavras ligam as pessoas. Servem como ponte. Solidificam contatos, a medida em que exteriorizam sentimentos. Propiciam confidências. Estreitam laços. Somos feitos de palavras.
Ah, as palavras. Me assusta pensar na possibilidade de todos conhecerem o seu poder.  Mas não me interessa falar sobre isso. Hoje quero apenas afagá-las. Retribuir o carinho. Dizer que estou sempre com elas, assim como estarão sempre comigo. Ou pelo menos assim espero. Se me permitem, gostaria de pedir aqui, pessoalmente, e sem nenhuma vergonha,  que elas nunca me abandonem. Que me consumam. Que me defendam. E que me ajudem a chegar sempre longe...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Uma Breve Apresentação

Fiquei pensando por algum tempo em como iniciar esta primeira postagem. Um primeiro contato. Um primeiro toque. Alguém com não muita paciência poderia até dizer que seria mais interessante ou inteligente começar pelo início. Mas sempre tive dificuldades em inícios. As introduções adoram me castigar. Torturar talvez se encaixe melhor. Nunca é fácil um primeiro contato. Imaginem o primeiro dia de aula.O mais temido dos inícios. Pessoas estranhas te olhando e que estão na mesma situação na qual que você está. Dá pra sentir no olhar de cada um daqueles seres, indefesos em suas vontades, o pesadelo pelo qual eles esperam. Estou passando por mais um início agora. Dessa vez ninguém está me olhando, mas possivelmente, ou pelo menos assim espero que aconteça, alguém poderá ler o que eu escrevi ou possa continuar escrevendo e ficar sabendo um pouco de mim. Passo a passo me conhecendo. Sabendo das minhas preguiças. Sabendo dos meus defeitos. E por que não qualidades? Devo ter algumas. Procurarei demonstrá-las. Prometo.
Sobre mim posso dizer "inicialmente" que busco me conhecer. Outra pessoa com pouca paciência pode surgir novamente e dizer de forma não muito educada que talvez eu já tenha tido tempo suficiente para fazer isso. Mas sabe o que acontece? Temos vários seres nos habitando e espero encontrar os melhores. Os melhores dos melhores. O bom é sempre pensar alto. Será essa uma qualidade já exposta?
Acho que já iniciei. Passei da fase dos temores. Consegui ate escrever. Imagino que abri espaço para que pensem algo ao meu respeito. Isso já é um contato. Quando nos virmos de novo já será como o segundo dia de aula. Não existirão mais medos. Posso falar com mais fluência e vocês me entenderão melhor. E farão também com que também me entenda.