Ando de mal com a minha teimosia. Não sou de acordo com o que as vezes sou obrigado a fazer por ela. Sempre me testando. Usando.
Sempre fui teimoso. Mas um teimoso que controlava sua teimosia. Sabia o que fazer. Dominava-a como a mim mesmo. Sabia dos seus limites. Mas não cuidei do bom senso. Esqueci. Ignorei. Encontrei desculpas para deixá-lo dormindo. Não queria consultá-lo. Sabia dos seus conselhos. Ao contrario do que devia ter feito, dei as costas. Cansado de ser correto. Talvez em busca de emoção. Dos riscos. Da necessidade de viver de verdade. De arriscar sem a garantia da certeza. A veia pede por emoções. A carne anseia por ousadia. O limite exige ser superado. Assim estão sendo os dias. Desiguais. E alegres por isso. Estou vendo cores. Cores dentro de cores e, assim sendo, mais cores. As incertezas assustam, mas revelam um brilho. Quem disse que a dúvida as vezes não pode ser estimulante? Vou correndo os riscos que a minha teimosia impõe. Andando sem a certeza da chegada e no percurso encontrando vivências. Sabendo de mim. Encontrando-me nas incertezas.
Devo mesmo reclamar por ser teimoso? Penso em aceitar tal característica. Vestir-me dela. Saber usá-la. Utilizá-la da melhor forma. Não deixando o bom senso em estado de sono.
Devo mesmo reclamar por ser teimoso? Penso em aceitar tal característica. Vestir-me dela. Saber usá-la. Utilizá-la da melhor forma. Não deixando o bom senso em estado de sono.