Inspiração. De onde ela vem? Onde nasce? Que cor ela tem? Será que tem cheiro? Do que precisamos para que ela nos encontre? Tenho tentado de todas as formas ser seu aliado, mas hoje percebo que a inspiração não pode estar sempre presente. As vezes, quase que num lampejo mágico, ela surge e inebria, trazendo uma sensação única de realização, capaz de fazer com que os sentimentos mais escondidos se revelem em palavras, frases, textos. Adoro vestir-me com o seu manto leve de sutilidade e graça e embebedar-me com a intensidade febril de sua presença. A sua chegada vem acompanhada de luz e abstração, poesia e apreciação. Apreciação pelo simples, pelo que verdadeiramente nos importa, nos contagia e nos imprime como seres de luz que somos e muitas vezes esquecemos.
Inspiração, deixo-lhe não somente as portas, mas também a alma sempre aberta para o seu leve sopro. Quero a leveza do seu toque e o poder do sua presença. Quero poder olhar para o que muitas vezes é visto ou entendido como se fosse o nada e ter muitas coisas a dizer e sentir, pois sou feito de sentimentos e de emoções. Quero acreditar que seja trazida por um anjo que ao sussurrar em meu ouvido, me eleve, me engrandeça e me torne, sempre, um pouco melhor do que antes.
Agora percebo que a inspiração vem de dentro de nós, nasce das nossas emoções, tem a cor das nossas lembranças, tem o cheiro da nossa infância e só precisa que estejamos sempre abertos aos sinais que oferece para que possamos recebê-la.
Hoje a minha mente flui. Hoje o meu coração fala. O meu corpo febril sente a sua chegada. Seja sempre bem vinda.